É comum a determinadas eras estabelecermos padrões de comportamento diferentes da anterior, seja por não concordarmos com alguns aspectos pelos quais passamos ou simplesmente pela necessidade do novo. E fazer diferente é normal, faz parte dos anseios do ser humano e isso é responsável pelo progresso. Nesse contexto entre passado e futuro cada geração influencia ou influenciou em um determinado padrão de comportamento. Os babyboomers por exemplo é a geração pós II Guerra Mundial e ficaram conhecidos como libertários justamente por terem sido a primeira geração onde o jovem teve o direito de ser jovem. Logo em seguida surgiu a geração X marcada por elevado padrão de competitividade. Após vieram os millennials ou geração da internet, nascidos entre 1979 e 1993. Essa geração cresceu com a explosão tecnológica, alta exposição a redes sociais, excesso de informações, globalização, ansiedade, pluralidade de atividades, pragmatismo etc. A mulher ganhou espaço em atividades predominantemente masculina e os homens iniciaram inserção no campo do cuidado aos filhos, o sentido de família tornou-se muito mais amplo, inclusive podendo ser unipessoal, isso mesmo, constituída por uma única pessoa. E esta é a geração que está no mercado de trabalho.
As gerações subsequentes são as ultraconectadas ou nativos digitais e as mudanças tem sido cada vez mais rápidas e adaptar-se a elas é imprescindível. E obviamente isso tudo influencia no comportamento infantil bem como de toda uma sociedade. O meio digital ainda é um espaço em disputa e usá-lo de forma adequada é o que todos nós ainda precisaremos aprender. As crianças nascidas pós millennials têm sido expostas precocemente as mídias bem como tem tido menores oportunidades de interação social em função da violência crescente, incorporação tecnológica, padrões definidos como “cool” para a época, uso inadequado do tempo e falhas na transmissão de valores e conhecimento. Isso tem levado a efeitos como menor fluência verbal e escrita, transtornos de ansiedade e outros.
As mudanças são necessárias, porém precisam ser analisadas do ponto de vista de aprendizagem, se observarmos, dentro do mesmo núcleo familiar temos diversas gerações coexistindo e cada uma com muito a aprender e a ensinar entre si, porém estamos todos silenciados e indispostos a parar e sair do automático para perceber o ambiente e nossas práticas, compreender e aceitar o que deu certo nas gerações anteriores e o que precisa ser eliminado ou aperfeiçoado para as próximas.
Cora Coralina já dizia:
A vida tem duas faces: Positiva e negativa O passado foi duro Mas deixou o seu legado Saber viver é a grande sabedoria
O que é valor para você ? Qual valor você tem ensinado ?
Dr Nilton César Neuropediatra CRM/SP 141966 RQE 51484-1
Comentários