Será que o modo como os pais criam os filhos tem influência sobre aspectos comportamentais na juventude e idade adulta? Qual seria o perfil de pais com melhores possibilidades de sucesso?
Para responder a essas perguntas apresento dados de um estudo longitudinal com até 16 anos de seguimento, publicado em 6 de maio deste ano na Nature Human Behavior < https://doi.org/10.1038/s41562-019-0602-x>, cujo título: Positive parenting improves multiple aspects of health and well-being in young adulthood.
Existem basicamente 3 tipos de pais: • autoritários; • respeitosos (Authoritative parenting); • e os permissivos.
Os autoritários nutrem poucas habilidades afetivas e a disciplina ocorre através da imposição.
Já os pais permissivos são excessivamente “bondosos” e possuem pouca capacidade de regulação do comportamento das crianças.
O tipo “Respeitoso” seria o perfil que reúne as melhores condições de transmitir efeitos positivos sobre a sua descendência (filhos), uma vez que conseguem ter autoridade e demonstrar afeto. Estes respeitam as necessidades e autonomia do filho, mas também estabelecem regras e limites razoáveis.
Além do perfil parental, as refeições em família também são uma oportunidade para estreitar vínculos, estabelecer comunicação entre os membros da família e facilitar a monitorização dos filhos de forma regular.
Nesse estudo foram avaliadas associações entre múltiplos aspectos da parentalidade, incluindo a satisfação no relacionamento entre pais e filhos no que se refere a:
• amor; • autoridade respeitosa; • frequência do jantar em família.
E comparados com diversos desfechos subsequentes na descendência (filhos), tais como: transtornos psicossociais, mental, comportamental, saúde física e bem-estar.
Os resultados sugerem:
- Maior satisfação no relacionamento entre pais e filhos está associada a maior bem-estar emocional, menor risco de doenças mentais, transtornos alimentares, sobrepeso ou obesidade e uso de maconha.
- “Autoridade Respeitosa” e jantares regulares em família também foram associados com maior bem-estar emocional dos filhos, menos sintomas depressivos, menor risco de compulsão alimentar e menor risco de doenças sexualmente transmissíveis.
Positive parenting improves multiple aspects of health and well-being in young adulthood. Autores: Ying Chen, Jess Haines, Brittany M. Charlton e Tyler J. WanderWeele.
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Dr Nilton César Neuropediatra CRM/SP 141966 RQE 51484-1
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