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Preço é o que você paga, valor é o que você leva


Será que preço e valor são as mesmas coisas? Warren Buffett em uma de suas frases diz que: “O preço é o que você paga; valor é o que você leva”.


Na última quarta-feira 25/09 aconteceu a festa de encerramento dos cursos de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde tive a oportunidade de ser homenageado por ter obtido o maior Coeficiente de Rendimento Acumulado (CRA) da turma que fiz parte.


Aproveitando esse contexto e minha experiência por quase 7 anos na coordenação de serviços de pediatria, vamos conversar sobre valor em saúde, Value Based Health Care (VBHC).


Frequentemente associamos que quanto maior o gasto, maior seria o resultado. Pois bem, a verdade não é bem essa. Em 2015 o The economist https://www.economist.com/…/americas-big-spending-on-health… publicou que os EUA estavam entre as maiores despesas em saúde do mundo, mas que o gastos não eram seguidos de resultados, pois sua população tem a mesma expectativa de vida da chilena que tem gastos inferiores a 1/5 dos EUA. E no Brasil, como será?


Michel Porter diz que valor em saúde é eliminar os serviços e custos desnecessários através de reais eficiências, e não transferências de custos ou restrições de tratamentos e qualidade. Assim, cuidado baseado em valor é um modelo no qual os prestadores incluindo hospitais e médicos são pagos em função dos desfechos (outcomes) obtidos pelos pacientes. A representação matemática é: Valor = desfecho + experiência do paciente / custos.


Vamos entender essa fórmula.


O que seria desfecho? Em linhas gerais seria o resultado da intervenção, por exemplo cura ou qualidade de vida. Esses dados devem ser mensurados através de dados estatísticos (pesquisa) oriundos dos standard sets, que são grupos de pacientes com características semelhantes, exemplo: grupo de pacientes com insuficiência cardíaca.


Como os pacientes percebem a experiência nos serviços? A mensuração deveria ser analisada levando em consideração os seguintes aspectos:

• qualidade da comunicação; • envolvimento nas tomadas de decisões (cuidador e paciente); • tempo de espera; • o serviço é recomendável a outras pessoas?


Além dessas, a forma como os pacientes percebem a sua saúde e os efeitos dos serviços de saúde sobre si (status funcional e mental).


No denominador temos o custo, exemplo: paciente chega a um serviço, passa pela recepcionista, após numa triagem de enfermagem, em seguida em consulta médica, pode ocorrer posteriormente discussão do plano terapêutico entre o médico e a equipe de saúde e, enfim a programação do plano de tratamento com a entrada em um novo processo ou saída. Para esse fluxo, existe um custo monetário e é também é muito importante.

Logo, valor em saúde deveria ser determinado pela condição do paciente durante todo o ciclo de atendimento.

Para que isso ocorra é necessário solidez de processos, pessoas qualificadas, sistema eletrônico de informação robusto, tornar público e possível de auditar os dados coletados, e acima de tudo cultura organizacional de melhoria de qualidade.


Dessa forma não é difícil imaginar que são poucas as instituições preparadas para tal.

A mudança é inevitável, o progresso é opcional. Tony Robbins


Fontes: MBA FGV – Disciplina Medição de valor em saúde ICHOM: https://www.ichom.org Livro: Porter, Michel E.; Repensando a saúde, 2007. (e-book).


Dr Nilton César Neuropediatra CRM/SP 141966 RQE 51484-1


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