Cuidar de filhos exige disponibilidade e reflexão, é um campo que muitos fatores estão envolvidos, entre eles: financeiros, culturais, experiência prévia, desejo de se doar etc. Porém, independente de qual situação estejamos inseridos, todos podemos refletir sobre nossas próprias práticas no campo do cuidado e definir se estamos no caminho que gostaríamos.
É normal realizarmos tarefas de forma automática, ou seja, sem racionalizar. Isso é importante para diminuir o gasto energético mental e é um recurso de sobrevivência. Imagina ter que pensar uma sequência de movimentos a todo instante? Entretanto, atos automáticos podem reproduzir situações opostas aquilo que desejamos.
Vamos imaginar a seguinte situação:
• Prática (ato ou efeito de praticar, realidade): Criança de 8 anos, desde o nascimento sempre é levada ao colo para não chorar, os pais não a deixam dormir sozinha e sempre oferecem mamadeiras na madrugada.
Os que os pais sempre desejaram? Um filho independente? sem medos para dormir? que não fizesse birras para ficar no colo a todo tempo e que dormisse a noite inteira?
• Práxis (ação concreta, reflexão): Os pais reclamam a todo instante desse comportamento.
Conseguem perceber como a prática automática sem reflexão prévia gerou consequências opostas ao desejo?
A sorte é que sempre há tempo para sair do giro inconsciente, observa-lo de fora, refletir sobre suas interferências em nossas vidas e posteriormente retornar no mesmo sentido ou em direção oposta.
O que é valor para você? Qual valor você tem ensinado?
Dr. Nilton César
Neuropediatra
CRM/SP 141966 RQE 51484-1
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